A importância do objeto transicional

Praticamente toda criança tem uma pelúcia, uma fraldinha ou mantinha a qual é apegada. Sabia que eles são os chamados objetos transicionais?
Os objetos transicionais são bastante comuns na primeira infância e têm um papel muito importante para o desenvolvimento emocional da criança. Uma das primeiras pessoas a definir esse termo foi o pediatra e psicanalista Donald Woods Winnicott. Ele dizia que os objetos transicionais são utilizados pelas crianças para suprir a ausência materna.
Não é que a mãe não está proporcionando amor e atenção suficientes, não! É que esses objetos são o elo entre o mundo interno e externo do pequeno, ou seja, funcionam como “extensão” do próprio corpo da criança e das pessoas ao seu redor, especialmente a mãe.
Por que a criança precisa desse elo?
Não é unanimidade de que todas as crianças terão esse tipo de objeto, mas é certo que a maioria vai. Isso ocorre porque nos primeiros meses de vida, o bebê ainda não possui consciência de que ele e a sua mãe são pessoas totalmente diferentes, seres individuais.
Nesses primeiros meses da vida do bebê, a mãe dá todo cuidado e atenção que o filho necessita a qualquer momento. Mas conforme a criança vai se desenvolvendo, e os pais começam a ensinar a criança sobre o mundo ao redor, o bebê começa a ser capaz de se diferenciar do responsável e ter um desenvolvimento emocional.
É nesse momento que a mãe consegue estar mais distante do bebê, podendo deixá-lo mais tempo “sozinho”. No entanto, é quando o bebê percebe que está sem presença e tende a buscar um objeto para suprir esta falta. É uma adaptação que a criança passa a ter, de um entendimento, inclusive, de sentimentos.
Resumindo: a função do objeto transicional é o de representar a presença materna, conforto e apoio quando o genitor não estiver por perto e atenuar essa necessidade, essa saudade.
Tem regra do que deve ser o objeto transicional?
Não há. O objeto transicional deve ser escolhido pela criança, pois terá grande valor emocional para ela e não para os pais.
A partir do momento em que a criança entende que em alguns momentos a mãe estará ausente, tende a buscar em um objeto o apoio e o conforto que precisa. O objeto transicional será um símbolo que representará a mãe e que irá acalmar a criança durante essa mudança, para que ela possa lidar bem com essa falta temporária.
É importante que o objeto atravesse todas as fases iniciais da vida da criança, pois é assim que ela desenvolverá sentimentos neutros e construtivos. Até um cheiro ou um som podem se tornar o objeto de transição do seu pequeno!
O que é o Desenvolvimento emocional da criança?
O desenvolvimento emocional infantil envolve a aquisição de habilidades para comportamentos, temperamentos, expressão e controle dos sentimentos futuros. Estas serão baseadas nas experiências vividas pela criança e se formam nas suas primeiras fases da vida.
Vale destacar que a fase de desenvolvimento a partir dos 8 meses de vida é uma das mais importantes do bebê. E é justamente nela que ele começa a desenvolver apego ao objeto transicional de sua escolha.
A partir disso, o bebê vai desenvolvendo características cognitivas importantíssimas. Afinal, eles trazem diversos benefícios para esta fase da vida. Dentre os benefícios:
– Auxílio à criança na hora de lidar com seus primeiros conflitos emocionais;
– Desenvolver qualidades psíquicas como criatividade, cognição, afetividade e empatia;
– Oferta de sensação de conforto, companhia, proteção e pertencimento;
– Reafirmação do contato com o mundo externo.
Nunca é demais destacar: nessa fase inicial, os pequenos ainda estão encontrando suas próprias maneiras de lidar com seus sentimentos. E os objetos transicionais são peças fundamentais para isso. Respeite o tempo da criança!
FONTE: Leiturinha; Sepac; Revista Crescer